STF prorroga por mais 90 dias dois inquéritos ligados a Jair Bolsonaro
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STF prorroga por mais 90 dias dois inquéritos ligados a Jair Bolsonaro

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, estendeu por mais 90 dias a investigação de dois inquéritos relacionados ao presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, conforme divulgado nesta segunda-feira (11). O primeiro inquérito examina se Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal em favor de aliados e familiares, enquanto o segundo aborda a alegada existência de “milícias digitais” ligadas a aliados do governo, que teriam ameaçado o Estado democrático de direito.

Esta é a quarta prorrogação do inquérito sobre a suposta intervenção na PF, com a nova extensão começando em 27 de outubro. A última prorrogação ocorreu em 20 de julho deste ano. Quanto ao inquérito das “milícias digitais”, o prazo foi renovado a partir de 6 de novembro, data de encerramento do prazo anterior.

O documento oficial menciona: “Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações e a existência de diligências em andamento, nos termos previstos no art. 10 do Código de Processo Penal, prorrogo por mais 90 (noventa) dias, a partir do encerramento do prazo final anterior, o presente inquérito”.

O inquérito sobre a alegada interferência na PF foi iniciado em maio do ano passado, após as alegações do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, de que o presidente tentou intervir na Polícia Federal, pressionando por mudanças na corporação. Moro deixou o governo na mesma época, após pressões para substituir o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo.

Quanto à investigação das “milícias digitais”, a PF solicitou a prorrogação das investigações em 6 de novembro. O órgão apura a existência de uma organização criminosa que teria atentado contra o Estado democrático de direito e a democracia, atuando para controlar a Secretaria de Comunicação da Presidência. Olavo de Carvalho, Allan dos Santos e Filipe Martins estão entre as figuras citadas nas investigações.

Bolsonaro, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), afirmou no último dia 6 que está disposto a prestar depoimento presencialmente no inquérito sobre a suposta interferência na PF. O depoimento do presidente é a etapa final para a conclusão do relatório, que será encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR) para avaliação quanto à apresentação de uma eventual denúncia.