Apuração sobre milícias digitais cita Olavo, Allan dos Santos e Filipe Martins
A delegada Denisse Dias Rosas Ribeiro enviou os autos do inquérito das milícias digitais, conduzido pela Polícia Federal (PF), ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, na última sexta-feira (8). Os documentos revelam que a PF convocou o filósofo Olavo de Carvalho para depor durante as investigações, mencionando também o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos e o assessor especial da Presidência, Filipe Martins.
O envio dos documentos a Moraes ocorreu devido à “expiração do prazo de permanência do inquérito em sede policial”, e a delegada solicitou um novo prazo para dar continuidade à apuração. Segundo os documentos, a PF intimou Olavo de Carvalho para depor no inquérito, mas a defesa solicitou adiamento devido à saúde do filósofo.
A intimação foi emitida no início de agosto, logo após Olavo de Carvalho receber alta hospitalar. No entanto, em 9 de agosto, ele foi hospitalizado novamente no InCor, em São Paulo, com quadro de insuficiência cardíaca e renal aguda, além de infecção sistêmica.
No que diz respeito a Allan dos Santos, os autos mencionam a decisão de Moraes, que desmembrou o inquérito dos atos antidemocráticos, afirmando que Allan dos Santos teria tentado “influenciar e provocar um rompimento institucional”. O documento destaca a posição privilegiada de Allan junto ao presidente da República e ao seu grupo político.
Em relação a Filipe Martins, a PF relata sua participação no depoimento dos empresários Jason Miller e Gerald Brant na Polícia Federal. A PF descobriu que Martins estava na sala durante o procedimento, embora inicialmente tenha sido apresentado como amigo da advogada dos norte-americanos. A advogada solicitou que a presença de Martins não fosse certificada, alegando ser seu namorado, e a PF descobriu posteriormente seu cargo de assessor.
A defesa de Olavo de Carvalho, representada pelo advogado Rodrigo do Canto, não emitiu comentários sobre os processos até o momento. A CNN tentou entrar em contato com Allan dos Santos e Filipe Martins, bem como suas defesas, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
